Em nossa longa caminhada Em que a esperança nunca morrerá Haverá um dia irmão em que possamos festejar Em nome de todos que já não estão mais entre nós E que abandonaram o sonho por desilusão
Em nome do patriotismo daquele que morreu no exílio E que acabou sendo devorado por vermes estrangeiros Em nome da lucidez perdida daquele que enlouqueceu E hoje vive alienado se drogando o dia inteiro Em nome daquele que seria o melhor de nós E hoje vive acorrentado dentro de um paletó
Heróis falidos Em mesas de bar Veteranos de uma nação Que cansou de lutar
Em nome de quem foi um dia idealista humanitário Hoje passa fome e frio, embriagado e solitário Em nome da coragem daquele famoso poeta maldito E que hoje ganha a vida mentindo em diários fofoqueiros
Em nome da revolta insana de um marxista libertário E hoje defende “o capital” de milionários Em nome da palavra de todos que prometeram mudar o mundo Mas hoje percebemos que o mundo os mudou Em nome daquele que seria o melhor de nós E hoje vive acorrentado dentro de um paletó