Seu silêncio é a bala Que explode no vácuo Meu esforço é inócuo Seu silêncio me cala
Cala fundo no corpo e na alma Violenta a calma Rasga e queima a carne
É lâmina, é faca Que retalha a alegria Fragmenta o vitral Que sua luz coloria
É o ópio, é o ácido Que distorce a cor Que retarda a dor Da vida agora tão fria Congelada alegria
Esfinge, seu silêncio é o breu Sem estrelas, sem lua Sem nada de meu
Na textura do amor, o verbo silenciar É ouvir o outro pra se completar Se o que sobra é o rancor, indiferença no olhar Seu silêncio é o norte pra envenenar
Finge que nem percebeu Que sair para a rua É estar num deserto Sem bússola, sem água É o rabisco confuso Transformado em fantasma A vagar no silêncio, sem decifrar tua mágoa
Penso, tenso; não convenço Que adianta perguntar Se eu era obrigado a saber? Se eu era obrigado a ceder? Obrigado a prever
Discutir a relação Entre chats e traição Essa não Isso sim é o fim
Na textura do amor, o verbo silenciar É ouvir o outro pra se completar Se o que sobra é o rancor, indiferença no olhar Seu silêncio é o norte pra envenenar Na textura do amor, o verbo silenciar É ouvir o outro pra se completar Se o que sobra é o rancor, indiferença no olhar Seu silêncio é o norte pra envenenar