Negrada Toma tua lança, teu arco e tua flecha Se benze Junta o que le resta Em frente Que tamo em pé de guerra Todo dia pau a fio seno severo ca vida Há quatocentos anos tascano facão na cana Há cento e trinta e tantos sem tiscá ca mão na grana Chibata num mata Nêgo no tronco gargalha Chôro na casa grande Esperança na senzala Meu axé Pá quem ama o quié Deu a bica nas chapinha E ergueu os cabelo black Tambores anunciaram Nói nêgo temo origem Malícia, mandinga E sabe bem de onde vem Nóis samo guerrêro Todo dia tamo em campo de demanda Lutano pela paz Curreno aruanda Toma teu cachimbo, teu chapéu e teu assento Faz as mandinga E taca aos quatro vento Vem armá um fuzuê Nêgo, vem dançá Que todo mundo vai tremê frente às cultura popular
O trabaio do nêgo é dançá Ô nêgo, vá trabaiá Foi um véio quem falô Ô nêgo, vá trabaiá O trabaio do nêgo é dançá Ô nêgo, vá trabaiá
Ô nêgo Vá trabaiá!
De cabo a rabo, de popa a proa Trampa todo dia pá tê vida boa Tamo limpos gambé, temos diginas e cultura Temo dignidade pá pudê pisá na rua Num abala quieu num saio Tacas carta do baraio Quios muleque qué trucá Tá de zap na mão, de chapéu e patuá As minina qué dançá Puraí corrê, zuá Lev'us buzio no peito E chinelo num qué calçá Na mente o cheiro do paud'áio Desce perfumano ar Tão de casa pa mata Tão da mata pa praça Que vida de nêgo é vida dura E aqui nem a cultura Pa nóis vem de graça