Na madrugada é assim tô em frente ao mercado pés descalços e tal Com cachimbo roupa velha tô deitado num jornal Abandonado sem estudo sem caderno e borracha Passou um boy peço um real ele me chuta e esculacha Fui na humilde, fui zoado, vai vendo qual é que é, tô com fome, você perdeu, da à carteira boy mané. Não tem jeito até tentei a solução foi roubar Não pega nada o boy chorou quando viu engatilhar Deu relógio, deu dinheiro de joelho implorou. Mas ai foi sem piedade, bum, miolo voou. Dei de cara com os coxinha na Ipiranga com a são João Com a camisa ensangüentada e com a quadrada na mão Não pensaram duas vezes e me crivaram de bala Se apossaram do meu furto e cuspiram na minha cara A lei da selva é assim toma cuidado doidão Porque até homem da lei já tá tomando ladrão Sair da rua era a meta, estudar ser alguém. Agora é tarde o rato cinza me mandou pro além tá assustado porque, esse é o cotidiano. Caraio truta era moleque ia fazer doze anos
Olha a maldade no ar Olha o crime vai e vem Abre os zóio vagabundo Pra não subir também Olha a maldade no ar Toma cuidado doidão Que o seu castelo é de areia E se esfarela no chão
Essa cena foi mil grau não me conformo com a morte Igual ele tem uma pá que não tiveram sorte O mundão é desigual muitos ganham outros perdem Mas com apenas doze anos cadê os pais do moleque Vou saber perai, me disseram outro dia. Que o pai era pinguço e a mãe puta vadia O pai tava zoado por causa da cachaça A mãe era vagabunda pros gambé dava de graça Só procurava o filho pra catar umas pedras O moleque era avião vai vendo o só a merda Ela queria de graça Sem chance só no dindim Filho você vai negar uma brita pra mim Te coloquei no mundão agora ingratidão Vou ligar cabo fulano não vai ficar assim não Vai vendo cobra cega, trairagem em família. A vaca ao invés de proteger, zoa e bota pilha. Vai vendo eu te falei que era vadia ainda pouco O moleque ouvindo aquilo não acreditou e ficou louco E começou a berrar Sai andando sua vira lata Sai correndo pros teus machos que um chuta outro cata Você nunca me deu nada me largou ao relento Fui criado na calçada tipo um cão sarnento Só me procura pra fumar nunca teve amor por mim Sei que tentou me abortar, não sei por que me odeia assim. Vai pagar sapo pra gambé que te fisga na boa Deixa eu quieto sai andando não te conheço coroa Faço uns corres, sou mais eu não tem P pra você não. Anda logo vira lata vai retocar seu batom
Olha a maldade no ar Olha o crime vai e vem Abre os zóio vagabundo Pra não subir também Olha a maldade no ar Toma cuidado doidão Que o seu castelo é de areia E se migalha no chão
Eu não acredito nisso que ela deu esse milho Por causa de uma pedra caguetou o próprio filho O vicio é foda faz a mente não pensar no depois Caguetou a própria cria só pra poder dar uns dois Bolou plano, pois sabia que ia passar na são João. Mas ninguém imaginava que o canhão tava na mão Os homem quando viram sapecaram sem dó Clocodilagem foi foda o moleque virou pó Mas antes de fechar os zóI, viu ali na sua frente. Dentro da viatura a figura sorridente Juntando toda sua raiva atirou e foi fatal Acertou aquele peito com um tiro letal Ó a noticia do jornal que saiu no outro dia Filho bandido mata a mãe, Olha só que ironia
Olha a maldade no ar Olha o crime vai e vem Abre os zóio vagabundo Pra não subir também Olha a maldade no ar Toma cuidado doidão Que o seu castelo é de areia E se esfarela no chão
Nessa hora e que eu penso o culpado foi o moleque Ou a porra do governo que nas drogas não poe breque Toda essa violência na cara da policia Uma corja de safados que agem com malícia Tiraram a puta da viatura e jogaram ao lado do filho Deixaram a cena armada pra não darem o milho Alegaram que foi troca de tiro com traficantes Eles chegaram atrasado sem pegar no fragrante até quando será que vai essa crise no sistema Periferia e lugar calmo o sistema e que é o problema Alegando não ter verba pra investir em estudo Mas com dinheiro publico vai conhecer o mundo Eu só queria registrar essa fita doidão Os manda chuva a passear e nós aqui na omissão Prosperidade e bom futuro é o que diz o presidente Há chefão para com isso galinha não tem dente Eu não acredito em vocês não quem faz meu corre sou eu Olha o moleque foi sem chance trombou os ratos e morreu
Olha a maldade no ar Olha o crime vai e vem Abre os zóio vagabundo Pra não subir também Olha a maldade no ar Toma cuidado doidão Que o seu castelo é de areia E se esfarela no chão