Em cada dia que nasce Nasce nova experiência E aumenta em nosso povo O grau da inteligência O bem vai se regredindo O mal vai criando potência O forte impõe seu poder O fraco pede clemência Em lugar de amor e paz Tem maldade e violência
O respeito foi queimado No fogo da impunidade A mentira está correndo Bem na frente da verdade Já tem chefe de família Que não tem autoridade Só serve pra dar dinheiro Para o luxo e a vaidade Tem filho que com o pai Não quer nem ter amizade
No ar, na terra e no mar A violência se espalha No meio de gente ordeira Ela chega e se embaralha Faz ambiente tranquilo Virar campo de batalha Faz sorriso virar pranto E a flor virar navalha Não precisa sair cedo Para encontrar um canalha
No mês do dia do índio No Distrito Federal Cinco filhos de papai Que só pensava no mal Puseram fogo num índio Como se fosse normal Ele foi queimado vivo Teve o mais triste final Pra tribo dos Pataxós Foi mais um golpe fatal
Nesse mundo violento Não adianta ser esperto Porque a violência anda E não tem o rumo certo Deixando rastro de sangue Na cidade e no deserto O povão já não aguenta E fala de peito aberto Sem a intervenção divina O fim do mundo está perto