Meu bem, senta aqui comigo pra eu te contar Minha triste história antes de você deitar Sonhará comigo e com meu sofrimento Que vou te contar aqui neste momento Eu saí de casa pra caçar meu rumo Tropecei vergonhas, escolhi aprumos Mas nunca deixei de lado minha família Mesmo quando todos foram pra Brasília Escalei o mundo com o peito aberto Mesmo sem saber qual o caminho certo Mesmo sem sonhar, daqui fiquei bem perto Porque qualquer coisa era voltar pra casa Trovoei sorrisos e degolei chuvas Adotei perigos, escondi viúvas E a minha medalha foi a minha sorte Quando eu estava na beira da morte Veio um anjo negro e me invadiu profundo Zumbindo palavras de meio segundo Taras e conquistas vindas de outro mundo Sou fera na arte de ser vagabundo Espalhei os couros por lixos de alma E busquei motivos pra manter a calma Quando eu sonhava com a riqueza alheia Vinha alguém dizendo? que coisa mais feia? Escrevi dois versos e deixei de lado E num outdoor fui morto e sepultado Minha arte tinha virado negocio Sempre fui uma vitima do próprio ócio E no mar de solidão, eu naufraguei Perdi tantas coisas que hoje nem sei Qual verdade esconde esse teu sorriso Mulher do inferno e do paraíso Sou profissional em não seguir rotina Querer meus direitos de ser gente fina E querer um gole dessa sua sina Que insiste em perturbar a menina Dos meus olhos jorram lágrimas de sangue Vou pegar um corpo e desenhar um mangue Cheio de formigas que trabalham juntas Cheia desses sonhos que não são reais Quanto tempo gasto para ser normal? Quanto que eu ganho pra sonhar real? Quanto que eu recebo pra fazer o bem? Quanto que eu me mato por fazer o mal? Quanto que é preciso pra sobreviver? Quanto não preciso pra me sustentar? De quanto precisar pra me abandonar? Do que mais preciso pra me arrepender? O que é necessário para ser feliz? O que é verdadeiro e sempre por um triz? O que era de nascença e virou cicatriz? O que é preciso para eu não ser vis? Vou abandonar agora a minha escola E correr atrás de toda a memória Que me foi tomada a forca pelo mundo Quando me formei para ser vagabundo O ponto foi meu quando cheguei primeiro Quero a metade do seu corpo inteiro Quero interar meu pobre coração Quero endoidar de tanto ter razão A palavra amiga já não nos conforta Vejo o mundo inteiro, mas não abro portas Sinto sua ternura no meu caminhar Nada te adianta assim se preocupar Sou merecedor dessa grande tolice Foi melhor ganhar do que se eu conseguisse Inacreditavelmente a minha voz Cubro-me de calos, lanço-me por nós Vou voando baixo até encontrar meu ninho Sou um vagabundo e sou um passarinho Por toda penumbra que existe aqui Quero uma coruja pra vigiar Quero o sol completo para namorar Quero minha voz para poder cantar Quero o bel-prazer para poder gritar Quero ter a fome pra me alimentar Quero ter a sede pra poder beber Quero ter alguém pra me satisfazer Quero ter trabalho pra me sustentar Quero ter nariz pra respirar teu ar Hoje, me sinto mais vivo mesmo estando morto Todos têm direito e eu permaneço torto Única certeza que eu tenho na vida É que me fui embora sem me despedir Rosas e travessas fumam um cigarro E eu aqui na esquina espero o passado Me desarrumar e estrangular minha mente Toda a pele morta e todo o ar daqui Só é sofreguidão para aquele que sente De vagabundo, virei policia De vagabundo, me tornei professor De vagabundo, me tornei prefeito Todo o vagabundo um dia é eleito Ganha amizades só por interesse Como estar em paz em um planeta desses? Em que a violência está na moda Ou me dá um tiro ou então? cê" roda Ou me ama agora ou não me ama mais Ou me dilacera ou me faz incapaz Ou me paga hoje ou me paga amanhã Ou me cuida mesmo estando tão bem são Depois dizem que no mundo sou único Gente assim feliz se escondendo de tudo Profissionalismo dominando a Terra Nada tem acordo, então faremos guerra Meu poder é grande e o seu braço é forte Eu desejo a paz no sul, no meio e no norte Eu sou profissional Eu sou profissional Eu sou profissional Eu sou