?Isso aqui é uma guerra? ?Se vacilou já levou bala? ?O barato é loko? ?O crime não é creme?
Revoltado com o dia-a-dia violento Poeta nascido em meio ao sofrimento Em meio as desgraças consegui minha vitória Pra não ser mais um com flores em memória tô cansado de ver o moleque cuidando de carro Com oito anos de idade entre os dedos cigarro De chinelo havaianas e bermuda rasgada Com a mãe vagabunda e pai que não vale nada Mendigando na feira um pedaço de pastel Sonhando em um abraço no natal do Papai Noel Vendo a criança rica desfilar addidas baussi E ele sonhando com um de 30 da Aracalce A pobreza corrói te transforma em assassino Transforma em homicida o pequeno menino Que cansou de ver a irmã vendendo a vagina Fazendo ponto de esquina em esquina O prato sem comida rendeu boy no cativeiro Fez jorra o sangue do dono do Pagero Fez o boy chora na sacada da mansão Da o cú vira bicha na mira do oitão
?Isso aqui é uma guerra? ?Se vacilou já levou bala? ?Vamos pro crime cometer homicídios? ?Para todos sempre guerra? ?Aí, pra político porco o veredicto é esse aqui mano?
Vendo barracos e policia em sua volta A cama sem cobertor aqui gera revolta Sua mãe se humilhando pedindo remédio Sua irmã com AIDS sofrendo assédio A luz do barraco já tá cortada A noite a luz de vela e o prato sem nada O carnê de prestação 3 meses atrasado Enfia a mão no bolso e não sai um centavo Depois reclama quando é enquadrado Quando sua loja é invadida por mano encapuzado Quando perde o malote que ia depositar Na frente da cromada começa a grita Vai vadia passa logo que eu tô sem paciência Se reagir quadrada explode sua cabeça A paciência tem limite aqui ela é pouca A revolta te faz entra na vida loka Você está em Arapongas norte do Paraná A vida aqui não é um sonho não é conto de fadas Bem ao inferno chamado planeta Ladrão tá de terno servo do capeta
?Isso aqui é uma guerra? ?Se vacilou já levou bala? ?Vamos pro crime cometer homicídios? ?Para todos sempre guerra? ?Aí, pra político porco o veredicto é esse aqui mano?
Injustiçado pela cor e por onde mora Na mira da pistola a burguesa chora Que tava na Chaplin gastando os dólares Não tava nem aí pro moleque pedindo esmola Que no farol de chinelo tava se humilhando A pobreza por aqui vai te revoltando Tem uma hora que cansa o sangue ferve na mente Pedi esmola não vira ele quer bala nos pente Pobre não quer mais essa vida maldita Quer enquadra a vadia dentro do Meriva Cansou de procura comida lá no lixão Ir na padaria pedir farelo de pão Empurrando carrinho pegando resfriado Debaixo de chuva pra ganha um trocado Sonhando com o danone que passa na TV O sucrilhos kelog?s, os produtos da Nestlé Cansou de ver pobreza violência em sua volta Essa vida miserável aqui gera revolta
?Isso aqui é uma guerra? ?Se vacilou já levou bala? ?Vamos pro crime cometer homicídios? ?Para todos sempre guerra? ?Aí, pra político porco o veredicto é esse aqui mano?