Quando um toque ritmado toca o destino Cada passo mostra o que passou Sou um contador e conto a dor de um peregrino Um som divino me enfeitiçou Vi os Ibejis beijarem a sorte A morte singrar o oceano Mudaram os ares, os mesmos olhares Ferida no corpo, a alma espelha Rufam tambores que marcam a pele vermelha
O som da Marujada Na tribo que festeja Encanta a batucada Começa a peleja
Rito da moça na aldeia, tom que passeia no ar É valor de mina longe a ecoar Arrasta-pé no chão rachado Poeira vagueia ao luar do sertão Brilham forró e xaxado Festa do Divino e São João Gira a saia e abre a roda Alegria transborda também na Bahia Maracatus, Caboclinhos Seguindo o caminho que a fé irradia No Ticumbí, no Catopês Pandeiros, ganzás, xequerês Dos atabaques do jongo à Folia de Reis zona norte desfila e emociona outra vez
Eu sou o samba, rei do povo brasileiro Sou o batuque da X-9 nos terreiros De Ogum, meu padroeiro, e de todos os orixás Na pulsação que vem dos ancestrais
Composição: André Diniz, Cláudio Russo, Marcio André Filho, Arlindinho, Marcelo Valência e Pê Santana