Por uma fração de instante Tudo ao redor era fluído O etéreo abraço quântico estrelado Salpicava água nas pétalas murchas Pra ver se o milagre era sonho Se as palavras escolhidas a dedo Eram tão confusas quanto o improviso Teu sorriso gritava tanto Eu nem percebi que tava tão alto Lembrei dos tempos em que o mar Era nossa segunda casa Bastava a terra, nós E a sensação de deriva Para que ficasse pequeno Aquilo que não era sonho Para que se soubesse Que não existem lados Ou seria tarde? Hoje é quando?
Passa o tempo sem você Me dissolvo em solidão Me destruo sem razão de ser Mais que o tempo sem você Mais que um muro de ilusão Mais que tudo sem razão de ser
Passa o tempo sem você Me dissolvo em solidão Me destruo sem razão de ser
Pra florescer em meio as cinzas Andar e ser Maior que a sombra e o poço E ver com a fé A dor ensina, a dor ensina, meu bem
Foi tão difícil entender Que a dor ensina Mais rápido que os livros Ou a fé Mais um café e virou rotina Não há de ser Nada há de ser Pra florescer em meio as cinzas Andar e ser Maior que a sombra e o poço E ver com a fé A dor ensina, a dor ensina, meu bem
Olhos de Horizonte Em rosto de seda Todos os grãos de areia Em um só pé O outro levanta e aceita o vento O pescoço gira e conhece tudo Receitas carecem porções Pequenos trajetos em grandes balões Surya de todas as auroras e crepúsculos São fios de terra teus músculos Maya
Composição: Tagore Suassuna / João Felipe Bastos Cavalcanti